terça-feira, 8 de dezembro de 2015

PIBID FAZENDO HISTÓRIA NA ESCOLA INDÍGENA: AÇÕES DO SUBPROJETO INTERDISCIPLINAR DA UEMS DE AMAMBAI

PIBID FAZENDO HISTÓRIA NA ESCOLA INDÍGENA: AÇÕES DO SUBPROJETO INTERDISCIPLINAR DA UEMS DE AMAMBAI 1Bolsista PIBID, subprojeto Interdisciplinar/ UEMS/Amambai, algaciramarilia@hotmail.com 2Bolsista PIBID, subprojeto Interdisciplinar/ UEMS/Amambai, martacientizta@gmail.com 3Coordenadora de Área do subprojeto Interdisciplinar/UEMS/Amambai, celia.silvestre@gmail.com INTRODUÇÃO O Projeto PIBID Interdisciplinar é desenvolvido através da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS, Unidade de Amambai, em duas escolas indígenas da Aldeia Guapo’y (Amambai, MS): a Escola Municipal Mbo’eroy Guarani Kaiowá e a Escola Estadual Mbo’eroy Guarani e Kaiowá. Participam do projeto doze estudantes Guarani e Kaiowá dos cursos de Ciências Sociais e História. O Projeto envolve também duas escolas urbanas. No ano de 2015 no primeiro semestre reunimos os dados dos trabalhos realizados em sala de aula pelos acadêmicos bolsistas; Algacir Amarília e Ronaldo Gomes, sobre a orientação da professora Célia Maria F. Silvestre, e supervisão do professor de história Nelson Lang. O trabalho foi desenvolvido na Escola Municipal Mbo´eroy Guarani Kaiowa na aldeia Amambai (Guapo´y) Amambai-MS, juntamente com alunos de ensino fundamental 9° ano e com o professor de história Nelson Lang. Esta foi uma proposta que surgiu nas reuniões dos pibidianos de 2015, esse e o trabalho realizado pelos acadêmicos Algacir Amarília e Ronaldo Gomes na sala de aula. Essas atividades aconteceram nas aulas de História sendo os acadêmicos do curso de Ciências Sociais, tornando efetiva a proposta de um PIBID interdisciplinar, pois propõe trabalhar temas: História da Educação Indígena, Mapa da aldeia (do Tekoha), Exposição de Plantas Medicinais e Exposição de fotos nas escolas urbanas e na aldeia, o que proporcionou um olhar sociológico aos acadêmicos sobre a construção social que envolve estudantes e a sociedade da aldeia Amambai (Guapo´y), através da escola. No olhar dos acadêmicos que organizaram e construíram seus planos de aula era importante ser um trabalho diferenciado, dinâmico e etnográfico. Designando os alunos a realizarem uma pesquisa e entrevista aos mais velhos, aos seus pais, aos rezadores (nhanderu) e professores, como era a educação antigamente, como fundou a escola na aldeia, quais plantas medicinais (tradicionais) que ainda podemos achar, e o que não podemos mais encontrar é também organizamos exposição de fotografia nas escolas urbanas no evento e próprio nas escola da aldeia. HISTORIA DA EDUCAÇÃO INDIGENA E HISTORIA DA ESCOLA E no inicio de 2015 começamos trabalhar sobre as historia da educação indígena e historia da escola. Muitos alunos que estão na escola não sabem como era seus antepassados, as disciplinas não diz muita coisa sobre as suas culturas tradicionais. O objetivo é os alunos pesquisarem aos seus pais, aos mais velhos, aos rezadores, professores e professores não indígenas, o que e educação? De onde vem à educação? Pesquisar, como fundou a escola, que ano fundou quem era os professores naquela época, quem era liderança e como era a aula naquele período e comparar na atualidade. Convidamos dois professores daquela época que dava aula no ano de 1986, professora Audimila e professor Joao, para fazermos uma roda de debate. Elas contam historia como foram suas trajetória, como começou a escola e como foi na escola e, depois de ouvir a historia compartilhamos com nossos alunos para dar o inicio ao trabalho. Foram produzidos os desenhos, cartazes e produções de texto sobre as pesquisas, baseando-se no conhecimento e da pesquisa que eles adquiriram, foram usadas quatro aulas ou mais para contextualizar tudo. Alguns trabalhos foram subdivididos pelos temas: “Trabalho Manual”, “Trabalho Mecanizado”, “Rezadores”, e este tema tinha que ser representado em forma de desenho. Antigamente para construí uma roça não precisava das maquinas, os trabalhos sempre foram manual, a família se une para limpar sua roça sempre estão unidos como sempre. Os homens (kuimba’e) ajudam seus pais a plantar, capinar, limpar suas roças ate depois substituir seus pais. E as mulheres também ajudam o seu marido a plantar, mas ajudam especificamente nas comidas, elas que fazem comida, ficam mais na casa lavando roupas preparando almoço para o marido levar na roça. No momento em que foi sendo desenvolvido o trabalho, possibilitou aos estudantes do 9° ano fortalecer seus talentos com desenhos e pinturas, valorizando a forma de ser dos Guarani/ Kaiowa, sendo relevante trazer a cultura e as formas tradicionais para dentro da sala de aula, podendo mostrar para os alunos que eles podem relacionar o seu cotidiano, com seus talentos, e suas histórias com as temática trabalhadas em sala de aula. Eles sempre acumulam conhecimento, sabedoria e compartilham a sabedoria com outros. Podemos constatar com os resultados das pesquisas e entrevistas que; “na cultura indígena, a educação primeiramente vem da família (Educação Familiar)”; eles acharam vários contextos importantes sobre a convivência da família, os rezadores, seus pais contam a historia para eles. Exemplo: “que as mulheres aprendem a educação com suas mães e os homens com seus pais”. Como citei em cima. É muito importante os alunos procurarem compreender, entender o passado e fazer a comparação na atualidade, o que eles aprenderam e ouviram dos mais sábios são pura realidade e, vê a comunidade em transformação, a convivência da sociedade indígena, a luta pela terra, a desigualdade social, a discriminação racial são permanentes. Essas são temáticas que não são abordadas na escola no dia a dia, mas são temas importantes nas Ciências Sociais e História. Trabalhar com esses assuntos promove uma rede de conhecimento que junta universidade, estudantes indígenas, escola, e quem não está na escola: como os pais, os mais velhos, os rezadores. Também pesquisaram sobre a escola: que ano fundou quem era os professores, como era o comportamento dos alunos, quais eram as disciplinas e quais as dificuldades encontradas naquele período. Na época não tinha posto de saúde, caixa d´agua, celulares e internet na escola, o trabalho rural não era mecanizado, não tinham muitos alunos na sala de aula e era obrigatório falar e aprender língua portuguesa, que não é a língua tradicional dos Guarani/Kaiowa. O objetivo dos acadêmicos na sala de aula era conseguir envolver a atenção dos alunos adolescentes, que trazem seus conflitos pessoais com a cultura, com a religião, com relação de trabalho, da língua materna, tendo que superar a condição de racismo através de uma postura de resistência. Para a realização deste outro lado da pesquisa, foi necessário que os acadêmicos fizessem uma analise com auxilio de bibliografias para compreenderem a importância de enfatizar aos estudantes de que não estava assim tudo pronto como esta hoje, que para chegar onde e como está á educação indígena, foi enfrentado por muitas situações. No momento em que percebemos servidores, professores, coordenadores e diretores indígenas no corpo administrativo das escolas, pensamos que poderia passar despercebida para esta nova geração de alunos o papel de resistência, de luta que a história da educação indígena construiu até a atualidade. E que isto torna se um meio de provocá-los de forma que se comprometam para que esse processo de construção não pare, mas que eles também são responsáveis para que a escola cresça ainda mais. A PRESENÇA DO PIBIDIANO NA ESCOLA URBANA No mesmo ano de 2015, em Abril em uma semana de comemorativo do dia índio, na escola urbana, Escola Estadual Vespasiano Martins, juntamente com Pibidiano não indígena, que desenvolve seus trabalhos na escola urbana, tudo que registramos durante o processo de trabalho na sala de aula e pesquisa etnográfica, imprimimos fotos, imagens para levarmos fazer uma exposição de fotos, levamos bebidas tradicionais (chicha) e pinturas corporais nesta escola. Os alunos das cidades aproveitaram e gostaram muitos das presenças dos Pibidiano, curtiram bastante, a pintura corporal, experimentou a bebida tradicional chicha, e o nossos colegas Juliano Lopes também e bolsista do PIBID fez um cântico em guarani. Digamos que foi um sucesso o trabalhos dos PIBIDIANO Interdisciplinar. Para finalizar o nossos encontros, vários alunos e professores da escola dançamos Guachire que a dança tradicional do Guarani e Kaiowa. EXPOSIÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E FOTOS NA ESCOLA GUARANI E KAIOWA Na exposição de plantas medicinais, mais uma vez usamos a técnica de pesquisa, os alunos pesquisaram sobre as plantas, quais são encontrados ainda, quais remédios tradicionais são difíceis de encontrar, para que serve, como sãos preparados, e os alunos trazer a suas plantas para exposição. A exposição de plantas medicinais e fotos foram expostas no final do evento da semana acadêmica de Ciências Sociais, I ENCONTRO DE PROFESSORES DE SOCIOLOGIA NO ENSINO BASICO DE MS, IV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE MS, VIII SEMANA ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, estiveram presente vários professores e acadêmicos de outras instituições, e prestigiaram a nossa exposição de plantas medicinais. Durante a semana acadêmica, teve uma feira de ciências sociais, mais uma vez o trabalho do PIBID foi apresentado com maior sucesso na no auditório local. No final do evento da semana acadêmica de ciências sociais, finalizamos o evento com exposição de plantas medicinais na Escola Municipal Mbo’ eroy Guarani e Kaiowa na aldeia Guapo´y Amambaí-MS. Vários professores alunos prestigiaram nossa presença, se divertindo na exposição de fotos e plantas, os alunos levaram seus remédios e tinha que explicar como preparar e como tomar. Foram convidados enfermeiros da aldeia para dar suas palestras sobre como se prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis. Fazer com que o aluno não desista da sala de aula, que se sintam motivados, tanto acadêmicos quanto estudantes da escola, ao poder ter contato com sua história tradicional e poder relacionar com o contexto social atual, é isto que dá satisfação e torna relevante o trabalho do PIBID Interdisciplinar.

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